VOLATILIDADE DO MERCADO IMPACTA Rentabilidade dos Planos

O ano de 2024 iniciou com alguns desafios que impactaram negativamente o resultado dos planos de benefícios da BRF Previdência logo no primeiro mês. O Ibovespa caiu 4,79%, o pior desempenho desde janeiro de 2016. Como consequências da baixa, está o movimento de realização de lucros pelos investidores estrangeiros, que realizaram os ganhos obtidos com a excelente performance de 18% do índice no final de 2023 e, o temor atrelado às commodities, especialmente o petróleo com a guerra no Iêmen e o fechamento do canal de Suez deixando o transporte muito mais custoso. Importante citar que nos EUA, a alta nos rendimentos dos títulos americanos fez com que investidores do mundo todo fossem atraídos para a renda fixa americana, repercutindo nas bolsas globais.

Já no mês de março, apesar de grande volatilidade diante das incertezas quanto ao início do afrouxamento monetário nas principais economias, os planos superaram suas metas, com exceção do Plano II (Classe CD), ligeiramente abaixo. O que não aconteceu em abril, quando o Ibovespa registrou queda de 1,7% e 6,15% no ano. A bolsa só não teve um desempenho pior devido a sua elevada exposição em Petrobras e Vale. As maiores baixas ficaram concentradas principalmente entre ações de consumo e varejo, que foram impactadas pelo cenário de juros mais altos por mais tempo nos EUA, o que também levou parte do mercado a revisar também as projeções da taxa Selic por aqui. Destaque relevante também tivemos no segmento de renda fixa que registrou resultado negativo com os títulos públicos sofrendo com a abertura da curva de juros.

Ainda no Brasil, vale citar período em que a atividade econômica continua apresentando performance positiva, com o mercado de trabalho exibindo um desempenho saudável, com crescimento contínuo da massa salarial e a manutenção de um alto nível de ocupação. Os indicadores de inflação permanecem alinhados à meta estipulada para o ano, com os dados divulgados indicando expectativa de IPCA para o ano em 3,72%, respaldada por uma menor flutuação nos preços dos bens de consumo e alimentícios. No mais, projeta-se uma estabilização da taxa SELIC em torno de 9,75% ao fim de 2024, ainda não totalmente precificada na estrutura a termo de juros.

Além dos já citados fatores internos para o fraco desempenho do mercado, o governo brasileiro alterou, novamente, as metas fiscais para este e para os próximos anos. O equilíbrio fiscal ficou apenas para 2026. Para 2025, o Governo desistiu de buscar o superávit primário de 0,5% do PIB, alterando o orçamento para o equilíbrio entre receitas e despesas, já esperado para o ano corrente. Esse reconhecimento, por parte do governo, de sua dificuldade com os compromissos fiscais assumidos, levou a curva de juros em torno de 0,5% para cima, atingindo os 12% ao ano nos dias mais críticos, e explicando o baixo desempenho das ações. Lembrando que pesquisas apontaram queda na popularidade do executivo em função das novas tentativas de intervenção na economia no intuito de acelerar o crescimento do país.

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Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (FED) enfrenta o desafio de conter a inflação. Os dados vieram mais fortes que o esperado, mostrando que os esforços para segurar a inflação não terminaram. No mercado de trabalho, apesar dos dados benignos de salários e a modesta elevação da taxa de desemprego, a geração de vagas de trabalho segue intensa. Na última reunião, o banco central americano optou por manter a taxa de juros, como esperado. A projeção de três cortes para este ano também foi mantida, apesar das revisões para cima da inflação e do crescimento econômico.

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Importante ressaltar que foi um período bastante movimentado, onde além de perspectivas mais contidas quanto ao início do ciclo de corte na taxa básica de juros americana, assistimos, pela primeira vez, o Irã promovendo um ataque contra o Estado de Israel, colocando todo o Oriente Médio em estado de alerta máximo. No entanto, o Irã fez questão de antecipar que sua resposta estava dada e se limitaria àquela operação. Alguns dias depois, a resposta israelense veio também de forma comedida e seguindo a orientação do governo Biden para que não escalasse o conflito.